segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Falsa Dicotomia

A falácia da falsa dicotomia é uma falácia do tipo dispersão, ou seja, caracteriza-se pelo uso ilegítimo de um operador proposicional, uso que desvia a atenção do auditório da falsidade de uma certa proposição.

Essa falácia,Também conhecida como exclusão do meio termo, bifurcação ou falso dilema. Considera apenas os dois extremos num continuum de possibilidades intermediárias.

É dado um limitado número de opções (na maioria dos casos apenas duas), quando de fato há mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador "ou". Pôr as questões ou opiniões em termos de "ou sim ou sopas" gera, com freqüência (mas nem sempre), esta falácia.

Falsa dicotomia, falso dilema, pensamento preto e branco ou falsa bifurcação é uma falácia lógica que descreve uma situação em que dois pontos de vista alternativos, geralmente dois opostos, são colocados como sendo as únicas opções, quando na realidade existem outras opções que não foram consideradas. Essa falácia é usada para defender pontos de vista em geral, ela muitas vezes é usada em uma comparação em que uma das opções é completamente descartada pelo seu proponente, restando apenas a que lhe interessa.

Exemplos:

Ex.: Claro, tome o partido dele; meu marido é perfeito; eu estou sempre errada.

Ou: Ame o seu país ou odeie-o.

Ou: Se você não é parte da solução, é parte do problema.

 • Ou concorda comigo ou não. (Porque se pode concordar parcialmente.) 

• Reduz-te ao silêncio ou aceita o país que temos. (Porque uma pessoa tem o direito de denunciar o que bem entender).

• Ou vota no Silva ou será a desgraça nacional. (Porque os outros candidatos podem não ser assim tão maus).

• Uma pessoa ou é boa ou é má. (Porque muitas pessoas são apenas parcialmente boas).

 

Exemplos


1. Marcos está atrasado para o trabalho. Ou seu carro quebrou, ou dormiu demais. Ligamos para ele e não estava em casa, então seu carro deve ter quebrado. Esse argumento é um falso dilema, pois há muitas outras razões pelas quais Marcos poderia estar se atrasando para o trabalho. Se fosse de alguma forma provada que não há outras possibilidades, então a lógica apareceria. Mas até lá o argumento é falacioso.

2. Se você acredita em Deus e ele não existe, não corre risco algum, mas se não acredita e ele existe, corre o risco de perder a sua alma. Esta é a chamada Aposta de Pascal. Segundo ela, há apenas duas opções possíveis: o Deus cristão existir ou não existir. E também apenas duas consequências: ou se crê neste Deus e é salvo, ou não se crê e é condenado. Esta aposta não leva em conta que é possível que este Deus cristão não condene os descrentes ou que é também possível que outros deuses sejam o Deus verdadeiro, como Alá ou Brahma. Há muitas possibilidades, mas a aposta cria uma dicotomia como se só houvesse duas.


Estrutura lógica


Sendo A e B duas opções para responder a uma proposição:

  • Se A é verdadeiro, então B é falso. 
  • Se B é verdadeiro, então A é falso. 

Prova: Identifique as opções dadas e mostre (de preferência com um exemplo) que há pelo menos uma opção adicional.

Referências: 

Cedarblom e Paulsen: 136

Guia das falácias de Stephen Downes

O Mundo Assombrado pelos Demônios – Carl Sagan

http://es.wikipedia.org/wiki/Falacia

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