sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sobre Filosofia...


Filosofia (palavra grega composta: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais, e Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio). Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo é a pessoa que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja e tem sede pelo saber.


Para a professora de filosofia e historiadora de filosofia brasileira Marilena Chaui, a primeira resposta à pergunta:“O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido. Perguntaram, certa vez, a um filósofo: “Para que Filosofia?”. E ele respondeu: “Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações”.

Na verdade, a filosofia em si é parte de um compêndio de conceitos e concepções, como atitude crítica, livre pensamento, ceticismo, pensamento crítico, e vários outras concepções que formam o arcabouço dessa poderosa ferramenta de criação do saber, e que fazem parte da atitude filosófica, a indagação de por que, como e o que, a reflexão filosófica, que tenta descobrir os motivos, razões, causas, o pensamento sistemático por meio da lógica, e todas as inúmeras outras armas da filosofia.

Mas a finalidade do presente artigo é dar uma introdução à vocês acerca das várias escolas filosóficas que existem e moldam o nosso jeito de pensar até hoje. É um assunto muito interessante e que despertou meu interesse pela filosofia.

Segue a lista de algumas dessas escolas, bem como seus principais filósofos:

Os Pré-Socráticos: 
  1. Tales de Mileto
  2. Pitágoras de Samos
  3. Xenóganes de Cólofon
  4. Heráclito
Os Eleáticos:
  1. Parmênides de Eleia
  2. Zenão de Eleia
Os Acadêmicos:
  1. Sócrates
  2. Platão
  3. Aristóteles
Os Atomistas:
  1. Demócrito
  2. Epicuro
Os Cínicos:
  1. Diógenes de Sínope
Os Estoicos:
  1. Marco Túlio Cícero
  2. Fílon de Alexandria
  3. Lúcio Aneu Sêneca
  4. Marco Aurélio
Os Céticos:
  1. Sexto Empírico
Os Neoplatônicos:
  1. Plotino
Os Cristãos:
  1. Santo Agostinho de Hipona
  2. Boécio
Os Escolásticos:
  1. Santo Anselmo
  2. São Tomas de Aquino
  3. John Duns Scotus
  4. Willian de Occam
Idade da Ciência:
  1. Nicolau Copêrnico
  2. Nicolau Maquiavel
  3. Desidério Erasmo
  4. Thomas More
  5. Francis Bacon
  6. Galileu Galilei
  7. Thomas Hobbes
  8. Sir Isaac Newton
Os Racionalistas:
  1. René Descartes
  2. Antoine Arnauld
  3. Nicolas Malebranche
  4. Baruch Spinoza
  5. Gottfried Wilhelm von Leibniz
Os Empiristas:
  1. John Locke
  2. David Hume
  3. Thomas Reid
  4. Voltaire
  5. Jean-Jacques Rousseau
  6. Denis Diderot
Os Idealistas:
  1. George Berkeley
  2. Immanuel Kant
  3. Johann Cristoph Schiller
  4. Frederick Wilhem Schelling
  5. Georg Wihelm Friedrich Hegel
  6. Arthur Schopenhauer
Os Liberais:
  1. Adam Smith
  2. Mary Wollstonecraft
  3. Thomas Paine
  4. Jeremy Bentham
  5. John Stuart Mill
  6. Auguste Comte
Os Evolucionistas:
  1. Charles Robert Darwin
  2. henri Louis Bergson
  3. Alfred North Whitehead
Os Pragmáticos:
  1. Ernst mach
  2. Charles Sanders Peirce
  3. William James
  4. John Dewey
Os Materialistas:
  1. Karl Marx
  2. Friedrich Engels
  3. Vladimir Illych Lênin
  4. Sigmund Freud
  5. Carl Gustav Jung
  6. John Maynard Keynes
Os Existencialistas:
  1. Soren Kierkegaard
  2. Friedrich Nietzche
  3. Edmund Husserl
  4. Martin Heidegger
  5. Jean-Paul Satre
  6. Albert Camus
  7. Simone de Beauvoir
A Virada Linguistica:
  1. Gottlob Frege
  2. Bertrand Russell
  3. Ludwig Wittgenstein
  4. Ferdinand de Saussure
  5. George Edward Moore
  6. Moritz Schlick
  7. Lev Semenovich Vygotsky
  8. Rudolph Carnap
  9. Alfred Jules Ayer
  10. Alfred Tarski
  11. John Langshaw Austin
  12. Gilbert Ryle
  13. Noam Chomsky
Os Pós-Modernos:
  1. Claude Lévi-Strauss
  2. Michel Foucault
  3. Jacques Derrida
Os Novos Cientistas:
  1. Émile Durkheim
  2. Albert Einstein
  3. Karl Popper
  4. Kurt Godel
  5. Alan Turing
  6. Burrhus Frederic Skinner
  7. Thomas Kuhn
  8. Paul Feyerebend
  9. W.V.O Quine


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

argumentum ad ignorantiam



Tambem conhecido como apelo à ignorância. A afirmação de que qualquer coisa que não provou ser falsa deve ser verdade, e vice-versa.

Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso; ou conclui que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro. (Isto é um caso especial do falso dilema, já que presume que todas as proposições têm de ser realmente conhecidas como verdadeiras ou falsas). Mas, como Davis escreve, "A falta de prova não é uma prova." (p. 59).

A expressão latina argumentum ad ignorantiam ("argumento da ignorância") é uma falácia lógica que tenta provar que algo é falso a partir de uma ignorância anterior sobre o assunto. 

 

Exemplos


Ex.: Não há evidência convincente de que os UFOs não estejam visitando a Terra; portanto, os UFOs existem/e há vida inteligente em outros lugares do Universo.

Ou: Talvez haja setenta quasilhões de outros mundos, mas não se conhece nenhum que tenha o progresso moral da Terra, por isso ainda somos o centro do Universo.

Essa impaciência com a ambiguidade pode ser criticada pela expressão: *a ausência de evidência não é evidência da ausência*.

  • Os fantasmas existem! Já provou que não existem? 
  • Como os cientistas não podem provar que se vai ter uma guerra global, ela provavelmente não ocorrerá. 
  • Otávio disse que era mais esperto do que Augusto, mas não provou. Portanto, isso deve ser falso.
  • Ninguém conseguiu provar que Deus não existe; logo, ele existe. 
  • Ninguém conseguiu provar que Deus existe; logo, ele não existe. 

Estrutura lógica


  • Ninguém provou que "A é falso"; 
  • Então A é verdadeiro. 

Prova


Identifique a proposição em questão. Argumente que ela pode ser verdadeira (ou falsa) mesmo que, por agora, não o saibamos.



Referências: Copi e Cohen: 93; Davis: 59

Falsa Dicotomia

A falácia da falsa dicotomia é uma falácia do tipo dispersão, ou seja, caracteriza-se pelo uso ilegítimo de um operador proposicional, uso que desvia a atenção do auditório da falsidade de uma certa proposição.

Essa falácia,Também conhecida como exclusão do meio termo, bifurcação ou falso dilema. Considera apenas os dois extremos num continuum de possibilidades intermediárias.

É dado um limitado número de opções (na maioria dos casos apenas duas), quando de fato há mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador "ou". Pôr as questões ou opiniões em termos de "ou sim ou sopas" gera, com freqüência (mas nem sempre), esta falácia.

Falsa dicotomia, falso dilema, pensamento preto e branco ou falsa bifurcação é uma falácia lógica que descreve uma situação em que dois pontos de vista alternativos, geralmente dois opostos, são colocados como sendo as únicas opções, quando na realidade existem outras opções que não foram consideradas. Essa falácia é usada para defender pontos de vista em geral, ela muitas vezes é usada em uma comparação em que uma das opções é completamente descartada pelo seu proponente, restando apenas a que lhe interessa.

Exemplos:

Ex.: Claro, tome o partido dele; meu marido é perfeito; eu estou sempre errada.

Ou: Ame o seu país ou odeie-o.

Ou: Se você não é parte da solução, é parte do problema.

 • Ou concorda comigo ou não. (Porque se pode concordar parcialmente.) 

• Reduz-te ao silêncio ou aceita o país que temos. (Porque uma pessoa tem o direito de denunciar o que bem entender).

• Ou vota no Silva ou será a desgraça nacional. (Porque os outros candidatos podem não ser assim tão maus).

• Uma pessoa ou é boa ou é má. (Porque muitas pessoas são apenas parcialmente boas).

 

Exemplos


1. Marcos está atrasado para o trabalho. Ou seu carro quebrou, ou dormiu demais. Ligamos para ele e não estava em casa, então seu carro deve ter quebrado. Esse argumento é um falso dilema, pois há muitas outras razões pelas quais Marcos poderia estar se atrasando para o trabalho. Se fosse de alguma forma provada que não há outras possibilidades, então a lógica apareceria. Mas até lá o argumento é falacioso.

2. Se você acredita em Deus e ele não existe, não corre risco algum, mas se não acredita e ele existe, corre o risco de perder a sua alma. Esta é a chamada Aposta de Pascal. Segundo ela, há apenas duas opções possíveis: o Deus cristão existir ou não existir. E também apenas duas consequências: ou se crê neste Deus e é salvo, ou não se crê e é condenado. Esta aposta não leva em conta que é possível que este Deus cristão não condene os descrentes ou que é também possível que outros deuses sejam o Deus verdadeiro, como Alá ou Brahma. Há muitas possibilidades, mas a aposta cria uma dicotomia como se só houvesse duas.


Estrutura lógica


Sendo A e B duas opções para responder a uma proposição:

  • Se A é verdadeiro, então B é falso. 
  • Se B é verdadeiro, então A é falso. 

Prova: Identifique as opções dadas e mostre (de preferência com um exemplo) que há pelo menos uma opção adicional.

Referências: 

Cedarblom e Paulsen: 136

Guia das falácias de Stephen Downes

O Mundo Assombrado pelos Demônios – Carl Sagan

http://es.wikipedia.org/wiki/Falacia

Falácias

Fala pessoal, como estão? A partir de hoje vou começar aqui no blog com a série falácias. Vou tentar explicar pra vocês no que consiste uma falácia, o porquê estudar falácias e como idetifica-las. Tentarei postar regularmente os vários tipos de falácia usados em um debate, e também como refuta-las.

Qualquer cético de carteirinha que se preze sabe o que são falácias e como identifica-las, e vários autores que levantam a bandeira do ceticismo já discorreram sobre em seus livros, como Carl Sagan e Michael Shermer, e ilustraram a imporância de se reconhecer um argumento falácioso. Então, vamos lá!

Falácias são incosistências lógicas na argumentação, ou, num sentido mais estrito, argumentos que dão, enganosamente, a impressão de serem válidos ou corretos, mas não o são. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia."

Falácia é uma palavra de origem grega utilizada pelos escolásticos para indicar o “silogismo sofistico” de Aristóteles. Segundo Pedro Hispano:
 “Falácia é a idoneidade fazendo crer que é aquilo que não é, mediante alguma visão fantástica, ou seja, aparência sem existência”. (p. 426)
Pedro Hispano (Papa João XXI) dedicou metade de sua obra Summulae logicales (séc. XIII) a refutação das falácias. Na lógica medieval, as falácias foram muito cultivadas, perdendo sua importância na lógica moderna.


Atualmente, falácia é entendida como qualquer erro de raciocínio, seguido de uma argumentação inconsistente. Além da consistência do argumento, também se podem criticar as intenções por detrás da argumentação. Considerando que um raciocínio pode falhar de inúmeras maneiras, as falácias foram classificadas em formais (tentativa de um raciocínio dedutivo válido, sem o ser) e informais (outro erro qualquer). Os vários tipos de falácia foram ainda nomeados.

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer, em seu livro Como vencer um debate sem precisar ter razão – em 38 estratagemas (dialética erística), ou simplesmente Dialética erística, analisou minuciosamente os "principais esquemas argumentativos enganosos que os maus filósofos utilizam, com razoável sucesso, para persuadir o público de que 2 + 2 = 5", baseando-se, principalmente, nos Tópicos de Aristóteles. Mencione-se que, por dialética erística, termo que constitui o subtítulo do livro, Schopenhauer entende "a arte de discutir, mais precisamente a arte de discutir de modo a vencer, e isto per fas et nefas (por meios lícitos ou ilícitos)".

Outro autor que se enveredou pelo assunto foi Stephen Downes, que diz o seguinte no início de seu guia de falácias:
"O objetivo de um argumento é expor as razões que sustentam uma conclusão. Um argumento é falacioso quando parece que as razões apresentadas sustentam a conclusão, mas na realidade não sustentam. Da mesma maneira que há padrões típicos, largamente usados, de argumentação correta, também há padrões típicos de argumento falacioso. A tradição lógica e filosófica procurou inventariar e batizar essas falácias típicas e este guia pretende listá-las"
Algumas das falácias mais populares e mais usadas em debates são as falácias ad hominen, falsa dicotomia, declive escorregadio, falácia do espantalho, falácia do escocês, e por aí vai.

Agora que já demos uma boa introdução no assunto, espero postar regularmente todos os tipos de falácias que são geralmente usadas no dia a dia, e que na maioria das vezes passam despercebido. Depois de terminada a série, espero que tenham um arcabouço imenso dessa ferramenta importantissima para um bom debatedor, e que possam identifica-las apenas de ouvir.