sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sobre Filosofia...


Filosofia (palavra grega composta: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais, e Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio). Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo é a pessoa que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja e tem sede pelo saber.


Para a professora de filosofia e historiadora de filosofia brasileira Marilena Chaui, a primeira resposta à pergunta:“O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido. Perguntaram, certa vez, a um filósofo: “Para que Filosofia?”. E ele respondeu: “Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações”.

Na verdade, a filosofia em si é parte de um compêndio de conceitos e concepções, como atitude crítica, livre pensamento, ceticismo, pensamento crítico, e vários outras concepções que formam o arcabouço dessa poderosa ferramenta de criação do saber, e que fazem parte da atitude filosófica, a indagação de por que, como e o que, a reflexão filosófica, que tenta descobrir os motivos, razões, causas, o pensamento sistemático por meio da lógica, e todas as inúmeras outras armas da filosofia.

Mas a finalidade do presente artigo é dar uma introdução à vocês acerca das várias escolas filosóficas que existem e moldam o nosso jeito de pensar até hoje. É um assunto muito interessante e que despertou meu interesse pela filosofia.

Segue a lista de algumas dessas escolas, bem como seus principais filósofos:

Os Pré-Socráticos: 
  1. Tales de Mileto
  2. Pitágoras de Samos
  3. Xenóganes de Cólofon
  4. Heráclito
Os Eleáticos:
  1. Parmênides de Eleia
  2. Zenão de Eleia
Os Acadêmicos:
  1. Sócrates
  2. Platão
  3. Aristóteles
Os Atomistas:
  1. Demócrito
  2. Epicuro
Os Cínicos:
  1. Diógenes de Sínope
Os Estoicos:
  1. Marco Túlio Cícero
  2. Fílon de Alexandria
  3. Lúcio Aneu Sêneca
  4. Marco Aurélio
Os Céticos:
  1. Sexto Empírico
Os Neoplatônicos:
  1. Plotino
Os Cristãos:
  1. Santo Agostinho de Hipona
  2. Boécio
Os Escolásticos:
  1. Santo Anselmo
  2. São Tomas de Aquino
  3. John Duns Scotus
  4. Willian de Occam
Idade da Ciência:
  1. Nicolau Copêrnico
  2. Nicolau Maquiavel
  3. Desidério Erasmo
  4. Thomas More
  5. Francis Bacon
  6. Galileu Galilei
  7. Thomas Hobbes
  8. Sir Isaac Newton
Os Racionalistas:
  1. René Descartes
  2. Antoine Arnauld
  3. Nicolas Malebranche
  4. Baruch Spinoza
  5. Gottfried Wilhelm von Leibniz
Os Empiristas:
  1. John Locke
  2. David Hume
  3. Thomas Reid
  4. Voltaire
  5. Jean-Jacques Rousseau
  6. Denis Diderot
Os Idealistas:
  1. George Berkeley
  2. Immanuel Kant
  3. Johann Cristoph Schiller
  4. Frederick Wilhem Schelling
  5. Georg Wihelm Friedrich Hegel
  6. Arthur Schopenhauer
Os Liberais:
  1. Adam Smith
  2. Mary Wollstonecraft
  3. Thomas Paine
  4. Jeremy Bentham
  5. John Stuart Mill
  6. Auguste Comte
Os Evolucionistas:
  1. Charles Robert Darwin
  2. henri Louis Bergson
  3. Alfred North Whitehead
Os Pragmáticos:
  1. Ernst mach
  2. Charles Sanders Peirce
  3. William James
  4. John Dewey
Os Materialistas:
  1. Karl Marx
  2. Friedrich Engels
  3. Vladimir Illych Lênin
  4. Sigmund Freud
  5. Carl Gustav Jung
  6. John Maynard Keynes
Os Existencialistas:
  1. Soren Kierkegaard
  2. Friedrich Nietzche
  3. Edmund Husserl
  4. Martin Heidegger
  5. Jean-Paul Satre
  6. Albert Camus
  7. Simone de Beauvoir
A Virada Linguistica:
  1. Gottlob Frege
  2. Bertrand Russell
  3. Ludwig Wittgenstein
  4. Ferdinand de Saussure
  5. George Edward Moore
  6. Moritz Schlick
  7. Lev Semenovich Vygotsky
  8. Rudolph Carnap
  9. Alfred Jules Ayer
  10. Alfred Tarski
  11. John Langshaw Austin
  12. Gilbert Ryle
  13. Noam Chomsky
Os Pós-Modernos:
  1. Claude Lévi-Strauss
  2. Michel Foucault
  3. Jacques Derrida
Os Novos Cientistas:
  1. Émile Durkheim
  2. Albert Einstein
  3. Karl Popper
  4. Kurt Godel
  5. Alan Turing
  6. Burrhus Frederic Skinner
  7. Thomas Kuhn
  8. Paul Feyerebend
  9. W.V.O Quine


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

argumentum ad ignorantiam



Tambem conhecido como apelo à ignorância. A afirmação de que qualquer coisa que não provou ser falsa deve ser verdade, e vice-versa.

Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso; ou conclui que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro. (Isto é um caso especial do falso dilema, já que presume que todas as proposições têm de ser realmente conhecidas como verdadeiras ou falsas). Mas, como Davis escreve, "A falta de prova não é uma prova." (p. 59).

A expressão latina argumentum ad ignorantiam ("argumento da ignorância") é uma falácia lógica que tenta provar que algo é falso a partir de uma ignorância anterior sobre o assunto. 

 

Exemplos


Ex.: Não há evidência convincente de que os UFOs não estejam visitando a Terra; portanto, os UFOs existem/e há vida inteligente em outros lugares do Universo.

Ou: Talvez haja setenta quasilhões de outros mundos, mas não se conhece nenhum que tenha o progresso moral da Terra, por isso ainda somos o centro do Universo.

Essa impaciência com a ambiguidade pode ser criticada pela expressão: *a ausência de evidência não é evidência da ausência*.

  • Os fantasmas existem! Já provou que não existem? 
  • Como os cientistas não podem provar que se vai ter uma guerra global, ela provavelmente não ocorrerá. 
  • Otávio disse que era mais esperto do que Augusto, mas não provou. Portanto, isso deve ser falso.
  • Ninguém conseguiu provar que Deus não existe; logo, ele existe. 
  • Ninguém conseguiu provar que Deus existe; logo, ele não existe. 

Estrutura lógica


  • Ninguém provou que "A é falso"; 
  • Então A é verdadeiro. 

Prova


Identifique a proposição em questão. Argumente que ela pode ser verdadeira (ou falsa) mesmo que, por agora, não o saibamos.



Referências: Copi e Cohen: 93; Davis: 59

Falsa Dicotomia

A falácia da falsa dicotomia é uma falácia do tipo dispersão, ou seja, caracteriza-se pelo uso ilegítimo de um operador proposicional, uso que desvia a atenção do auditório da falsidade de uma certa proposição.

Essa falácia,Também conhecida como exclusão do meio termo, bifurcação ou falso dilema. Considera apenas os dois extremos num continuum de possibilidades intermediárias.

É dado um limitado número de opções (na maioria dos casos apenas duas), quando de fato há mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador "ou". Pôr as questões ou opiniões em termos de "ou sim ou sopas" gera, com freqüência (mas nem sempre), esta falácia.

Falsa dicotomia, falso dilema, pensamento preto e branco ou falsa bifurcação é uma falácia lógica que descreve uma situação em que dois pontos de vista alternativos, geralmente dois opostos, são colocados como sendo as únicas opções, quando na realidade existem outras opções que não foram consideradas. Essa falácia é usada para defender pontos de vista em geral, ela muitas vezes é usada em uma comparação em que uma das opções é completamente descartada pelo seu proponente, restando apenas a que lhe interessa.

Exemplos:

Ex.: Claro, tome o partido dele; meu marido é perfeito; eu estou sempre errada.

Ou: Ame o seu país ou odeie-o.

Ou: Se você não é parte da solução, é parte do problema.

 • Ou concorda comigo ou não. (Porque se pode concordar parcialmente.) 

• Reduz-te ao silêncio ou aceita o país que temos. (Porque uma pessoa tem o direito de denunciar o que bem entender).

• Ou vota no Silva ou será a desgraça nacional. (Porque os outros candidatos podem não ser assim tão maus).

• Uma pessoa ou é boa ou é má. (Porque muitas pessoas são apenas parcialmente boas).

 

Exemplos


1. Marcos está atrasado para o trabalho. Ou seu carro quebrou, ou dormiu demais. Ligamos para ele e não estava em casa, então seu carro deve ter quebrado. Esse argumento é um falso dilema, pois há muitas outras razões pelas quais Marcos poderia estar se atrasando para o trabalho. Se fosse de alguma forma provada que não há outras possibilidades, então a lógica apareceria. Mas até lá o argumento é falacioso.

2. Se você acredita em Deus e ele não existe, não corre risco algum, mas se não acredita e ele existe, corre o risco de perder a sua alma. Esta é a chamada Aposta de Pascal. Segundo ela, há apenas duas opções possíveis: o Deus cristão existir ou não existir. E também apenas duas consequências: ou se crê neste Deus e é salvo, ou não se crê e é condenado. Esta aposta não leva em conta que é possível que este Deus cristão não condene os descrentes ou que é também possível que outros deuses sejam o Deus verdadeiro, como Alá ou Brahma. Há muitas possibilidades, mas a aposta cria uma dicotomia como se só houvesse duas.


Estrutura lógica


Sendo A e B duas opções para responder a uma proposição:

  • Se A é verdadeiro, então B é falso. 
  • Se B é verdadeiro, então A é falso. 

Prova: Identifique as opções dadas e mostre (de preferência com um exemplo) que há pelo menos uma opção adicional.

Referências: 

Cedarblom e Paulsen: 136

Guia das falácias de Stephen Downes

O Mundo Assombrado pelos Demônios – Carl Sagan

http://es.wikipedia.org/wiki/Falacia

Falácias

Fala pessoal, como estão? A partir de hoje vou começar aqui no blog com a série falácias. Vou tentar explicar pra vocês no que consiste uma falácia, o porquê estudar falácias e como idetifica-las. Tentarei postar regularmente os vários tipos de falácia usados em um debate, e também como refuta-las.

Qualquer cético de carteirinha que se preze sabe o que são falácias e como identifica-las, e vários autores que levantam a bandeira do ceticismo já discorreram sobre em seus livros, como Carl Sagan e Michael Shermer, e ilustraram a imporância de se reconhecer um argumento falácioso. Então, vamos lá!

Falácias são incosistências lógicas na argumentação, ou, num sentido mais estrito, argumentos que dão, enganosamente, a impressão de serem válidos ou corretos, mas não o são. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia."

Falácia é uma palavra de origem grega utilizada pelos escolásticos para indicar o “silogismo sofistico” de Aristóteles. Segundo Pedro Hispano:
 “Falácia é a idoneidade fazendo crer que é aquilo que não é, mediante alguma visão fantástica, ou seja, aparência sem existência”. (p. 426)
Pedro Hispano (Papa João XXI) dedicou metade de sua obra Summulae logicales (séc. XIII) a refutação das falácias. Na lógica medieval, as falácias foram muito cultivadas, perdendo sua importância na lógica moderna.


Atualmente, falácia é entendida como qualquer erro de raciocínio, seguido de uma argumentação inconsistente. Além da consistência do argumento, também se podem criticar as intenções por detrás da argumentação. Considerando que um raciocínio pode falhar de inúmeras maneiras, as falácias foram classificadas em formais (tentativa de um raciocínio dedutivo válido, sem o ser) e informais (outro erro qualquer). Os vários tipos de falácia foram ainda nomeados.

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer, em seu livro Como vencer um debate sem precisar ter razão – em 38 estratagemas (dialética erística), ou simplesmente Dialética erística, analisou minuciosamente os "principais esquemas argumentativos enganosos que os maus filósofos utilizam, com razoável sucesso, para persuadir o público de que 2 + 2 = 5", baseando-se, principalmente, nos Tópicos de Aristóteles. Mencione-se que, por dialética erística, termo que constitui o subtítulo do livro, Schopenhauer entende "a arte de discutir, mais precisamente a arte de discutir de modo a vencer, e isto per fas et nefas (por meios lícitos ou ilícitos)".

Outro autor que se enveredou pelo assunto foi Stephen Downes, que diz o seguinte no início de seu guia de falácias:
"O objetivo de um argumento é expor as razões que sustentam uma conclusão. Um argumento é falacioso quando parece que as razões apresentadas sustentam a conclusão, mas na realidade não sustentam. Da mesma maneira que há padrões típicos, largamente usados, de argumentação correta, também há padrões típicos de argumento falacioso. A tradição lógica e filosófica procurou inventariar e batizar essas falácias típicas e este guia pretende listá-las"
Algumas das falácias mais populares e mais usadas em debates são as falácias ad hominen, falsa dicotomia, declive escorregadio, falácia do espantalho, falácia do escocês, e por aí vai.

Agora que já demos uma boa introdução no assunto, espero postar regularmente todos os tipos de falácias que são geralmente usadas no dia a dia, e que na maioria das vezes passam despercebido. Depois de terminada a série, espero que tenham um arcabouço imenso dessa ferramenta importantissima para um bom debatedor, e que possam identifica-las apenas de ouvir.



sábado, 26 de janeiro de 2013

Conhecendo o verdadeiro William Sidis...

Nada como começar os posts conhecendo um dos maiores cérebros que já passaram pelo planeta Terra, um verdadeiro polímato autodidata (talvez o maior deles), e cujo nome o autor desse blog carrega.

Você deve estar se perguntando, se ele foi um dos maiores intelectos da humanidade, por que é que não o conheço? Bom, pra explicar isso talvez tenhamos que rebaixá-lo a um mero mortal e dizer-lhe que Sidis não gerou nenhum tipo de conhecimento significativo para a nossa sociedade, o que o fez passar quase que despercebído pela história do nossa civilização.

Mas vamos ao que interessa, quem foi William Sidis James, o mais prodigíoso e portentoso ser humano que já tivemos notícia?

Willian Sidis foi uma criança prodígio dos Estados Unidos, nascido em Nova Iorque em 1 de abril de 1898, filho de imigrantes norte-americanos de origem russo-judeu, William tinha um lar promissor. Seu pai, Boris Sidis, se formou em psicologia em Harvard, e foi um dos percursores dos estudos sobre hipnose e psicologia de grupo, e há indícios de que tenha sido um dos psicólogos que deram origem ao mito do uso dos 10% do cérebro (ele baseou-se a teoria da análise de seu próprio filho, William Sidis,que teve resultados em testes de QI similares a de adultos, entre 250 e 300). Já sua mãe, Sarah, formou-se na faculdade de medicina da Universidade de Boston, tornando-se uma das primeiras médicas dos EUA.

Dizem que Boris sempre foi um aficionado por inteligência, e viu em seu filho a oportunidade para aplicar suas próprias técnicas de hipnóse, e tentar desenvolver ali, um ser humano com a maior capacidade intelectual já vista. E não é que deu certo? Dotado habilidades linguísticas e matemáticas exepcionalmente fora do comum, William Sidis se tornou mundialmente famoso pela sua precocidade.

Aos 6 meses de idade Sidis já era capaz de falar algumas palavras, e aos 18 já era capaz de ler o New York Times. A mídia começou a prestar a atenção nesse garoto prodigioso quando ele completou 5 anos de idade, pois especulava-se que nessa mesma idade o garotão foi capaz de aprender, de maneira autodidata (isso mesmo, audodidata) 6 idiomas, entre eles: latim, grego, russo, francês, alemão e hebreu, fora o inglês que era sua lingua madre (e você ai fazendo aulinhas de inglês, heim?!).

Aos 6, William entrou para o ensino fundamental, mas em apenas 1 ano, o rapaz já estava cursando o ensino médio (high school norte-americano). Nessa época ele já havia aparecido na capa do New York Times por diversas vezes.

Com 9 anos e 4 livros publicados, ele tentou entrar para a Universidade de Harvard, porém foi rejeitado por ser “emocionalmente imaturo para a vida universitária“, embora tenha tido um desempenho na prova que o permitisse entrar.


Finalmente, aos 11 anos, Harvard o aceitou como parte de um programa para introduzir crianças superdotadas . O grupo experimental incluiu o matemático Norbert Wiener, pai da cibernética, Richard Buckminster Fuller, e o compositor Roger Sessions. De todo o grupo, Sidis foi considerado o mais promissor. No início de 1910, seu domínio da matemática avançada era tal que ele deu uma palestra no Clube de Matemática de Harvard sobre corpos quadridimensionais, fazendo Daniel F. Comstock, professor no MIT, predizer que Sidis se tornaria um gênio da matemática e líder naquela ciência no futuro.  Sidis recebeu seu bacharelado, cum laude (com honras), em 18 de Junho de 1914, aos 16 anos.

Foi a partir daí que a vida de Sidis começou seu declínio aparente. Logo após a graduação, ele afirmou a repórteres que gostaria de viver a vida perfeita, e que para ele isso significava viver em reclusão. Ele deu uma entrevista a um repórter do jornal Boston Herald, que publicou sua intenção de permanecer no celibato e não se casar, e a afirmação de que mulheres não lhe atraíam (mais tarde, no entanto, ele teve uma forte afeição por uma mulher chamada Martha Foley). Não obstante, o jovem disse que não ia se abster de todo e qualquer tipo de prazer mundano  em prol de adquirir todo o conhecimento possível. 

Após uma gangue de alunos de Harvard ter ameaçado o agredir, seus pais lhe conseguiram um trabalho no Instituto de Rice (hoje Universidade de Rice) em Houston, Texas como professor assistente de matemática, em Dezembro de 1915, aos 17 anos, em busca de um doutorado.

Sidis lecionou em três disciplinas: geometria euclidiana, geometria não euclidiana, e trigonometria (ele escreveu um livro de anotações para o curso de geometria euclidiana, em grego). Após menos de um ano, frustrado com o departamento, suas responsabilidades como professor, e o tratamento recebido de alunos mais velhos que ele, Sidis deixou o trabalho e retornou ao estado de Nova Inglaterra. Quando um amigo mais tarde lhe perguntou por que ele saiu, ele respondeu, "Eu nunca soube por que eles me deram o trabalho em primeiro lugar – eu não sou um bom professor. Eu não saí – eu fui solicitado a sair." Sidis abandonou sua busca por um doutorado em matemática e se inscreveu na Escola de Direito de Harvard em Setembro de 1916, mas saiu do curso antes de o completar, embora estivesse com suas excepcionais notas habituais.

Em 1919, pouco depois de largar o curso de direito, Sidis foi preso por participar de uma passeata socialista que acabou em desordem. Pegando uma pena de um ano e meio, sua prisão apareceu em diversos jornais e noticiários, já que Sidis era uma espécie de celebridade. Sidis declarou ser contra a Primeira Guerra Mundial, ser Ateu e Socialista, embora posteriormente tenha inventado sua própria ideologia política (quasi-liberalismo). 

Devido à constante perseguição da mídia, William optou por se esconder e exercer funções bem simples, como balconista em lojas, entre outras. Ele trabalhou em Nova Iorque e cortou relações com seus pais, Durante esse período ele publicou diversos livros utilizando pseudônimos. Muita gente dizia que ele acreditava em uma filosofia tribal chamada, Okamakammesset, onde o conhecimento deve ser divulgado de maneira anônima.

Toda essa maneira diferente de ver a vida fez com que a perseguição da mídia fosse cada vez maior. Até que em 1937 um belo artigo do Jornal The New York Times ironizava toda a vida dele que antes era um gênio e agora não passava de um balconista .Ao longo de vários anos ele processou o jornal, até que em 1944 ele conseguiu ganhar. Mas já era tarde, no mesmo ano Sidis foi encontrado morto em seu apartamento, devido a uma hemorragia cerebral, com apenas 46 anos de idade. Seu pai havia morrido da mesma maneira em 1923, aos 56. Sidis se encontra sepultado no Cemitério do Sul, Portsmouth (Nova Hampshire), Condado de Rockingham, Nova Hampshire nos Estados Unidos.

Além da matemática, assuntos sobre os quais Sidis escreveu ou lecionou incluem cosmologia, psicologia, e história dos povos nativos da América, astrofísica, engenharia civil e veículos, antropologia, filologia, sistemas de transporte, e diversos outros tópicos. Algumas de suas ideias trataram de reversibilidade cosmológica, continuidade social e direitos libertários. Sidis recebeu uma patente por um calendário perpétuo rotativo que levava em consideração anos bissextos. 

Sua irmã uma vez declarou que, no final de sua vida, William pudesse falar mais de 40 linguas, inclusive a que ele mesmo inventou, a qual deu o nome de Vendergood, e que podia aprender uma língua nova em apenas uma semana.

Abraham Sperling, diretor do Instituto de Teste de Aptidões de Nova Iorque, afirmou após a morte de Sidis que, segundo seus cálculos, Sidis "tinha facilmente um QI entre 250 e 300" e que não havia evidências de que seu intelecto tivesse tido um declínio na idade adulta. Certa vez Sperling comentou:


"O que os jornalistas não publicaram, e talvez não soubessem, é que durante todos os anos de empregos obscuros ele esteve escrevendo textos originais em história, governo, economia e assuntos políticos. Em uma visita à casa de sua mãe eu recebi a permissão de ver o conteúdo de uma imensidão de manuscritos originais compostos por Sidis."

A título de comparação, um QI de razão de 250 corresponderia aproximadamente a um moderno QI de desvio de 191 (d.p. 15), você provavelmente tenha algo em torno de 100 e pessoas com 140 são consideradas de superdotadas à gênios. Imagine só como era a mente desse ser.

Muitos afirmam que ele só não conseguiu deixar um grande legado devido à pressão da mídia e à criação de sua família que tentou forçar o surgimento de um garoto prodígio.

Bom, espero que tenham gostado da história desse verdadeiro portento da humanidade, mas que infelizmente quase ninguém conhece ou dá imporância. Ta aí um assunto que merece anteção, pois com certeza ele não é o único superdotado a ter problemas psicológicos e de relacionamento, pessoas essas que a nossa sociedade ainda não sabe lidar e que acabam tendo todo seu talento jogado fora (se é que pode-se dizer isso dessa pessoa).

Acho que talvez tenham entendido o fato de eu usar um pseudônimo para fazer esse blog, e do porquê ser ele!

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/William_James_Sidis

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito_do_uso_de_10%25_do_c%C3%A9rebro


http://en.wikipedia.org/wiki/Boris_Sidis




O Porquê do blog...

Fala pessoal, esse aqui é o meu primeiro post e eu gostaria de explicar-lhes o porquê de eu ter criado esse blog.

De uns tempos pra cá tenho reunido vasto material acerca dos mais diversos assuntos (citados na descrição do mesmo), e estava começando a achar um desperdício de tempo e de conhecimento escrever sobre tudo isso e não compartilhar com ninguém. Por isso, resolvi criar esse blog, com o intuíto de dividir esse mundo de conhecimento pelo qual eu me interesso com vocês, afinal, com certeza existem pessoas que devem se interessar também.

O nome do blog advém do meu grande interesse por inúmeras áreas do saber humano, tais quais apresentadas no subtítulo, como um verdadeiro polímato (embora não me considere nem de longe um), e pela minha forte preferência pelo estudo autodidata, onde considero aprender muito melhor sozinho do que com a tutela de um professor. Na verdade, minha opinião é que o mundo caminha para a extinção do estudo assistido, e mais e mais a figura de um professor se tornará desnecessária (pelo menos no sentido estrito da palavra), e que no futuro os grandes homens que ficarão pra história serão cada vez mais e mais generalistas, ou seja, saberão não só de uma área, mas de várias delas.

Espero que desfrutem e curtam bastante os posts que aqui virão, e que se sintam à vontade para comentar e me critícar, quando lhes convir.

Conhecimento deve ser partilhado, sempre!